malvadezas

"Vamos rir, pois. O riso é uma filosofia. Muitas vezes o riso é a salvação. E em politica constitucional, pelo menos, o riso é uma opinião" Eça de Queiroz

quinta-feira, outubro 14, 2004

Chuva



Cai chuva do céu cinzento
Que não tem razão de ser.
Até o meu pensamento
Tem chuva nele a escorrer.

Tenho uma grande tristeza
Acrescentada à que sinto.
Quero dizer-ma mas pesa
O quanto comigo minto.

Porque verdadeiramente
Não sei se estou triste ou não.
E a chuva cai levemente(Porque Verlaine consente)
Dentro do meu coração.

Fernando Pessoa

sexta-feira, setembro 17, 2004

Portugal S.A.T.


Parece que está para breve a extinção da cidadania portuguesa. O actual executivo prepara-se para apresentar aos portugueses um novo projecto para voltar a por Portugal no pelotão da frente da Europa. Uma vez que nada há mais para privatizar e que continuam a ser necessárias as tão temíveis "receitas extraordinárias", foi encontrada uma ideia no minimo luminosa...privatize-se o próprio Estado, constitua-se a primeira Sociedade Anónima Territorial! O Governo já assegurou que, pelo menos no inicio, 51% do capital terá de pertencer a investidores nacionais, pelo que o país continuará a ser "nosso"...cada ex-cidadão passará a ser sócio da Portugal S.A.T., sendo distribuida uma acção por cada um de nós, gratuitamente! Todos os serviços hoje "públicos" entrarão na nova lógica societária, acabando-se de uma vez por todas com as dificuldades inerentes ao estabelecimento de regras de igualdade social, etc. Os novos critérios serão simples: os sócios com mais acções terão que ter tratamento previlegiado. A antiga Assembleia será substituida pela Assembleia Geral e o antigo Governo pelo Conselho de Administração. O sistema continuará a ser democratico, aplicando-se o regime de voto discriminado em razão das acções.

Duovirato



quinta-feira, setembro 16, 2004

Sem comentários (Atocha)


segunda-feira, setembro 06, 2004

The Love Boat 2

Mais uma vez esta semana tivemos o prazer de assistir à extrema união de pensamento e objectivos dos dois líderes da maioria...a questão desta vez era se um certo barco atracava ou não em Portugal. Aqui o consenso afigurava-se dificil. Santana Lopes viu neste "atracamento" uma oportunidade de ter em Lisboa um punhado de estrangeiras, ou seja, carne fresca e inexplorada...já Paulo Portas viu exactamente o mesmo, o que o desagradou muito, terá dito em "off" para um jornalista no Trumps que "a única coisa que quero em Portugal com a palavra Love é a Love Parade". A questão resolveu-se facilmente: o Paulinho mandou as fragatas manter o certo barco longe da nossa costa, o Santana apanhou boleia numa...

sexta-feira, setembro 03, 2004

Coisas

Leva qualquer eu a meu dia
Dá-me paz eu só quero estar bem
Foi só mais um quarto uma cama
No meu sonho era tudo o que eu queria
Quando alguém deixar de viver aqui
Espera que ao voltar seja para ti
Nada vai ser fácil
Nunca foi
Quando alguém deixar de te dar amor
Pensa que há quem viva do teu calor
Hoje é só um dia
E vai voltar amanhã
E não foi assim que o tempo nos fez
E fez assim com todos nós
E não foi assim que a razão nos amou
E fez assim com todos nós
São coisas
São só coisas
Se uma voz nos diz que é viver em vão
Pra que raio fiz eu esta canção
E se o fim é certo
Eu quero estar cá amanhã
São coisas
São só coisas
Eu estou bem
Quase tão bem
Vê como é com voltar a dizer
Eu estou quase a viver

(Ornatos Violeta)

terça-feira, julho 27, 2004

Era uma vez no Portugal


Portugal, 2004...A Família Laranjini tomou o controle do país após a assassinato do irlandês católico Anthony Guterrick, faz já 2 anos. Desde então o clã irlandês Rose fez tréguas na guerra pelo poder, tendo conseguido em troca manter algumas áreas de influência, nomeadamente junto dos sindicatos e de uma ou outra empresa. A Familia Laranjini encontrava-se sob a liderança de D. Barosini que com a ajuda da sua contabilista Latte, geria o império da Familia. Para melhor controlar os irlandeses e os russos, D. Barosini fez uma aliança secreta com o Portastern, o judeu, tambem conhecido pelo homem das mil faces, influente junto de algumas instituições educativas e especialista em lavagem de dinheiros menos limpos. O recurso sistemático à extorsão e à chantagem, levou a que as autoridades ainda não constantes do "pay rol", começassem a investigar os negócios obscuros da Família. Perante este cenário D. Barosini fez desaparecer a sua contabilista e mudou os seus negócios para Las Bruxellas. No Portugal deixou o poder entregue ao seu delfim D. Santini, que com a ajuda do comissário George McSampai, assassinou o chefe do clã Rose, Ferrick Rodriguez, assegurando desta forma que o dominio da Familia Laranjini saíria intocável da mudança de D. Barosini. D. Santini virou os negócios da Familia para o jogo e prostituição, deixando Portastern a cargo da protecção da Familia. No meio desta convulsão o clã Rose foi tomado pelo grego Socrates, partidário do jogo e da prostituição e em conflito de interesses aberto com D. Santini. Espera-se para breve o reacender da guerra pelo poder, numa altura em D. Jardini da Sicilia Madeirense ameaça juntar-se ao Grego para destronar D. Santini e Portastern. No entanto a guerra só poderá ser ganha pelo clã Rose se o Grego conseguir o apoio de Carvalhov e de Louçãvisky, o que se afigura dificil pois estes dois encontram-se de costas voltadas desde que os BEvskys começaram a usurpar zonas de influencias aos russos.

segunda-feira, julho 26, 2004

Caxias Hilton


Quando todos pensávamos que a Justiça ia seguir os passos privatizantes da Saúde, eis que surgiu a surpresa da privatização das cadeias que veio deitar todo o plano por água a baixo. Na verdade transformando-se as prisões em negócio, alguém vai ter de assumir os custos de angariação de clientes. Por um lado, temos de desinvestir nas forças de segurança...se há segurança, não há crime, se não há crime não há clientes. Por outro lado o investimento publico tem de se virar para os Tribunais, pois é preciso legitimar a clientela. Teremos desde a prinsão (prisão-pensão) até à prisão deluxe. O código Penal será alterado, pois os clientes terão a oportunidade de intervir na sua pena, ou melhor, no seu pacote. Por exemplo, por um homicidio poderá o cliente escolher entre a estadia durante 30 anos na prinsão ou poderá adquirir o cartão deluxe e ficar no Caxias Hilton 20 anos. Fala-se já de um PPP (Plano Poupança e Prisão), produto mais direccionado para os mais carenciados, através do qual se poderá assegurar o futuro dos filhos, que receberão totalmente grátis um revolver ao fazerem 18 anos e um lugar num dos estabelecimentos aderentes. A cadeia Meridien tem já pronto um serviço de catering prisional chamado "vá para dentro cá fora", onde poderá o cliente colarinho branco ter na comodidade do seu lar a própria prisão; serão instaladas gratuitamente as grades. O Estado transformará os contratos de trabalho dos juizes em contratos por objectivos, ganhando os juizes pontos por cada cliente conden...er...angariado (já em experiencia em algumas comarcas). Espera-se ser uma óptima fonte de turismo, estando já o Estado a desenvolver um plano promocional para o estrangeiro com o slogan "Portugal, onde o Sol é aos quadradinhos".