malvadezas

"Vamos rir, pois. O riso é uma filosofia. Muitas vezes o riso é a salvação. E em politica constitucional, pelo menos, o riso é uma opinião" Eça de Queiroz

terça-feira, julho 27, 2004

Era uma vez no Portugal


Portugal, 2004...A Família Laranjini tomou o controle do país após a assassinato do irlandês católico Anthony Guterrick, faz já 2 anos. Desde então o clã irlandês Rose fez tréguas na guerra pelo poder, tendo conseguido em troca manter algumas áreas de influência, nomeadamente junto dos sindicatos e de uma ou outra empresa. A Familia Laranjini encontrava-se sob a liderança de D. Barosini que com a ajuda da sua contabilista Latte, geria o império da Familia. Para melhor controlar os irlandeses e os russos, D. Barosini fez uma aliança secreta com o Portastern, o judeu, tambem conhecido pelo homem das mil faces, influente junto de algumas instituições educativas e especialista em lavagem de dinheiros menos limpos. O recurso sistemático à extorsão e à chantagem, levou a que as autoridades ainda não constantes do "pay rol", começassem a investigar os negócios obscuros da Família. Perante este cenário D. Barosini fez desaparecer a sua contabilista e mudou os seus negócios para Las Bruxellas. No Portugal deixou o poder entregue ao seu delfim D. Santini, que com a ajuda do comissário George McSampai, assassinou o chefe do clã Rose, Ferrick Rodriguez, assegurando desta forma que o dominio da Familia Laranjini saíria intocável da mudança de D. Barosini. D. Santini virou os negócios da Familia para o jogo e prostituição, deixando Portastern a cargo da protecção da Familia. No meio desta convulsão o clã Rose foi tomado pelo grego Socrates, partidário do jogo e da prostituição e em conflito de interesses aberto com D. Santini. Espera-se para breve o reacender da guerra pelo poder, numa altura em D. Jardini da Sicilia Madeirense ameaça juntar-se ao Grego para destronar D. Santini e Portastern. No entanto a guerra só poderá ser ganha pelo clã Rose se o Grego conseguir o apoio de Carvalhov e de Louçãvisky, o que se afigura dificil pois estes dois encontram-se de costas voltadas desde que os BEvskys começaram a usurpar zonas de influencias aos russos.

segunda-feira, julho 26, 2004

Caxias Hilton


Quando todos pensávamos que a Justiça ia seguir os passos privatizantes da Saúde, eis que surgiu a surpresa da privatização das cadeias que veio deitar todo o plano por água a baixo. Na verdade transformando-se as prisões em negócio, alguém vai ter de assumir os custos de angariação de clientes. Por um lado, temos de desinvestir nas forças de segurança...se há segurança, não há crime, se não há crime não há clientes. Por outro lado o investimento publico tem de se virar para os Tribunais, pois é preciso legitimar a clientela. Teremos desde a prinsão (prisão-pensão) até à prisão deluxe. O código Penal será alterado, pois os clientes terão a oportunidade de intervir na sua pena, ou melhor, no seu pacote. Por exemplo, por um homicidio poderá o cliente escolher entre a estadia durante 30 anos na prinsão ou poderá adquirir o cartão deluxe e ficar no Caxias Hilton 20 anos. Fala-se já de um PPP (Plano Poupança e Prisão), produto mais direccionado para os mais carenciados, através do qual se poderá assegurar o futuro dos filhos, que receberão totalmente grátis um revolver ao fazerem 18 anos e um lugar num dos estabelecimentos aderentes. A cadeia Meridien tem já pronto um serviço de catering prisional chamado "vá para dentro cá fora", onde poderá o cliente colarinho branco ter na comodidade do seu lar a própria prisão; serão instaladas gratuitamente as grades. O Estado transformará os contratos de trabalho dos juizes em contratos por objectivos, ganhando os juizes pontos por cada cliente conden...er...angariado (já em experiencia em algumas comarcas). Espera-se ser uma óptima fonte de turismo, estando já o Estado a desenvolver um plano promocional para o estrangeiro com o slogan "Portugal, onde o Sol é aos quadradinhos".

terça-feira, julho 20, 2004

O que queremos ver? Portugal a arder!


Este bem poderia o slogan adoptado pelo Governo português relativamente à politica de conservação das áreas verdes do nosso país. Tipicamente e na linha da politica de faz-de-conta que tem governado este nosso país à beira mar ardido, apressou-se o executivo no ano transacto, logo após o trágico verão, a apresentar numa grande onda de solidariedade nacional um plano de reflorestação e de recuperação dos hectares e hectares de cinzas...passou um ano e nada se fez...ainda me recordo de um qualquer boy vir com pompa e circunstância dizer "isto não é uma desgraça, é uma oportunidade"...e foi, foi uma oportunidade de se violar uma lei recente que proíbia a venda de madeira queimada; foi uma oportunidade de queimar aqueles castanheiros, sobreiros, pinheiros e azinheiras, árvores chatas que demoram a crescer e atrasam a produção de celulose; foi uma oportunidade de justificar os milhares e milhares de euros consignados todos os anos ao exército...um ano passou e o Estado ainda não pagou aos bombeiros, não indemnizou quem tudo perdeu, não plantou uma única árvore...

Vivó Matraquilho!


4 de Julho de 2004...a Grécia venceu o Campeonato da Europa e o futebol mudou...para pior! A campanha do Futebol Clube do Porto na Liga milionária prenunciava o pior...uma equipa que exercia a "pressão alta", que não deixava jogar, sufocando o adversário até à exaustão para depois lhe aplicar o golpe de misericórdia...os mais incautos apelidavam o este futebol de bom, talvez ofuscados pelo virtuosismo da alguns elementos atacantes e por um ou outro toque de magia...mas a verdade era outra, a verdade era a do futebol ferrolho, a do futebol que não deixa jogar futebol. A Grécia apresentou-se munida deste mesmo pragmatismo, do "pragmatismo do resultado" nas palavras de Blatter, mas desta vez toda a gente esteve atenta, toda a gente queria que ganhasse a não-Grécia e, mais importante ainda, as areias do brilhantismo e virtuosismo eram grãos insuficientes para ofuscar a cegueira da vitória. E lá ganharam, não quiseram saber se aquilo era um campeonato de futebol mas tão-só e apenas que era um campeonato e os campeonatos ganham-se e ponto final. Como se não bastasse tudo isto, na liga do país à beira mar plantado dois dos gigantes apetrecharam as suas trincheiras com generais ferrolhistas, da teoria de que o ponta-de-lança é de facto o ponta-de-pirâmide, de que o que interessa é pontuar. E nós que pagamos bilhete para um espectaculo?...mudamos de canal.